segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Viagem ao Centro da Terra

Certamente você conhece esta história, ou no mínimo já ouviu falar dela. Mas para o caso de ser um extraterrestre ou ter passado os últimos séculos preso num tanque de animação suspensa ou num bloco de gelo no ártico, aqui vai uma pequena resenha desta que é, até hoje, uma das maiores aventuras de ficção científica que o mundo já conheceu:

A história começa com o professor Lidenbrock, um excêntrico mineralogista que certo dia descobre, entre os livros da velha biblioteca, um manuscrito de séculos atrás, de autoria do famoso cientista Arne Saknussem. Esse manuscrito, conforme Lidenbrock e seu sobrinho Axel descobrem, contém o segredo para se viajar ao centro da Terra - uma viagem que o próprio Saknussem já fez. Entusiasmado com a ideia, o enérgico professor decide partir imediatamente - muito para o desgosto de Axel, que duvida piamente da possibilidade de tal excursão e tenta dissuadir o tio de sua ideia maluca durante boa parte do caminho.

Lidenbrock não dá ouvidos a seu sobrinho e, com a ajuda do guia Hans, os dois penetram nas profundezas do planeta, seguindo as instruções do manuscrito de Saknussem. Passando por inúmeros perigos, os três acabam finalmente descobrindo um novo mundo dentro da crosta terrestre, com sua própria biodiversidade e totalmente oposto à ideia que os cientistas aceitam ser a mais correta - a de que o interior da Terra é composto de nada mais do que matéria em altíssimas temperaturas.

O livro, escrito pelo grande Júlio Verne, nos traz, além de uma excelente história no melhor estilo aventura, grandes lições que podem ser utilizadas no nosso dia-a-dia. A principal delas pode ser encontrada na personalidade do professor Lidenbrock.

Conhecido entre os estudantes por sua rigidez férrea, seu temperamento irascível e sua dificuldade em pronunciar palavras difíceis - o que geralmente acaba em gozações por parte dos alunos - Otto Lidenbrock esconde, por debaixo da carapaça dura e metódica, um interior surpreendemente suave e amoroso, claramente demonstrado quando o professor abre mão de suas últimas gotas de água para saciar a sede de seu sobrinho Axel. Apesar disso, é justamente essa vontade de aço que possibilita o êxito da viagem, mesmo contra todas as expectativas.

Outro personagem que merece destaque é o guia Hans. Caçador de gansos na sua cidade natal, na Islândia, Hans é contratado por Lidenbrock para ajudá-los durante a jornada - algo que ele faz com uma eficácia surpreendente. Sem nunca reclamar, sem falar nada além do necessário, é como um cão fiel ao professor. E é graças a essa fidelidade, aliada à experiência e à habilidade de Hans que os heróis conseguem sobreviver para contar sua história. Aliás, apesar da sensação que tal história causa entre a comunidade mundial, Hans prefere voltar para seu vilarejo a compartilhar da glória de Lidenbrock e Axel. Além de tudo, 100% humilde.

Finalmente, temos Axel Lidenbrock, o órfão criado pelo tio e que o acompanha muito a contragosto. Inteligente, o jovem tímido e franzino não aceita muito bem a ideia de seu tio de que seja possível viajar ao centro da Terra. Para ele, assim como para a grande maioria dos cientistas, o interior do planeta é composto apenas de rochas derretidas a altas temperaturas, e qualquer tentativa de mergulhar nesse ambiente seria suicídio. Temos portanto, em Axel, a figura perfeita das pessoas que, por seguirem cegamente aquilo que é tido como "verdade" pela maioria, acabam se fechando nessa "verdade" e se tornam incapazes de aceitar qualquer tipo de mudança. Axel, felizmente, acaba aceitando que aquilo que nós nos acostumamos a aceitar como certo nem sempre o é.

Assim, Viagem ao Centro da Terra é muito mais do que um livro de aventura capaz de nos levar a uma jornada pelos reinos da imaginação. É também um livro de lições e ensinamentos capaz de nos levar a uma mudança radical de vida.

E você, com qual dos personagens acha que mais se identifica?

Um comentário:

  1. GOSTEIII E ME ENDENTIFICO COM O LIDENBROCK ACREDITO EM PESSOAS E COISAS QUE NINGUEN DARIA O MINIMO DE ATENÇAO OU COMFIANÇA

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