quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

E depois, senhor?

Um homem de negócios americano, no ancoradouro de uma aldeia da costa mexicana, observou um pequeno barco de pesca que atracava naquele momento trazendo um único pescador. No barco, vários grandes atuns de barbatana amarela. O americano deu parabéns ao pescador pela qualidade dos peixes e lhe perguntou quanto tempo levara para pescá-los.

- Pouco tempo - respondeu o mexicano.

Em seguida, o americano perguntou por que ele não permanecia no mar mais tempo, o que lhe teria permitido uma pesca mais abundante.

O mexicano respondeu que tinha o bastante para atender as necessidades imediatas de sua família.

O americano voltou a carga:

- Mas o que você faz com o resto do seu tempo?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Thanos

Thanos é um dos personagens mais carismáticos da Marvel. Foi criado inicialmente como inimigo do Homem de Ferro, mas logo se transformou num dos vilões mais perigosos de todo o Universo Marvel.

Um dos extremamente poderosos membros da raça dos Eternos que viviam na lua de Saturno, Titã, Thanos foi deixado de lado quando criança devido a uma doença que lhe conferiu aparência disforme e grotesca. Vagando pela galáxia, ele reuniu um pequeno exército de soldados, mercenários e insatisfeitos - criaturas que compartilhavam de sua visão da sociedade - bem como um vasto arsenal de destruição em massa. Durante suas viagens, Thanos encontrou-se com a própria Morte, personificada num corpo feminino, e apaixonou-se por ela. Para provar que era digno de tão impressionante entidade, ele decidiu garantir à sua amada aquilo que julgava que ela desejasse: o fim de todas as criaturas vivas.

Com esse intuito, Thanos elaborou muitos planos grandiosos destinados a chacinar incontáveis milhões de seres.  Buscando alcançar o poder supremo do Universo a fim de realizar seus planos, o titã utilizou o Cubo Cósmico (um artefato capaz de alterar a realidade conforme os desejos de seu dono) e as Jóias do Infinito (pedras que garantem o controle total sobre o tempo, espaço, poder, realidade, mente e alma). Como resultado de seus atos, os heróis da Terra perfilaram-se contra ele em inúmeras ocasiões. Em todas, conseguiram derrotá-lo - embora por pouco e frequentemente quando o vilão estava prestes a alcançar a vitória. Apesar de seus fracassos, Thanos causou incontáveis mortes, incluindo a de sua própria mãe, quando lançou uma carga de dispositivos nucleares sobre Titã, eliminando a maior parte da população.

Quando o faraó Akhenaton retornou à Terra após milhares de anos desaparecido, e ostentando poderes quase divinos, Thanos descobriu a maior fonte de poder de todas: o Coração do Universo. Usando de sua astúcia, o titã roubou o poder do Coração para si, efetivamente tornando-se o ser supremo de toda a realidade. Os heróis, porém, assim como as entidades cósmicas, se opuseram a ele, que em sua fúria finalmente realizou seu plano de destruir toda a Criação.

Entretanto, isso mostrou a Thanos que o que ele buscava nada mais era do que um total e absoluto nada. Após a destruição do Universo, o titã ganhou afinal o que tanto procurara: o amor da Morte, apenas para perceber que não poderia tê-lo, pois já tinha acabado com toda a vida; onde não há vida, não pode haver morte.

Thanos reconstruiu o Universo. Deixou tudo como estava, exceto por apagar da mente de todos suas lembranças sobre si mesmo.

A história de Thanos é bem parecida com a nossa história. Às vezes nós buscamos tanto uma coisa, e quando finalmente a encontramos, acaba não sendo aquilo que nós esperávamos que fosse. Mas isso é porque nós procuramos as coisas erradas! Ou melhor ainda, procuramos da maneira errada!

Assim como Thanos, cego pela paixão, não ponderou as consequências do que planejava, nós, muitas vezes, cegos pelos prazeres do mundo, também não conseguimos pensar direito. E acabamos prejudicando outros apenas para mais tarde descobrirmos que foi tudo inútil.

Por isso, antes de sair por aí levantando a bandeira do "não-desisto-dos-meus-objetivos-apenas-porque-são-diferentes-do-normal-e-farei-de-tudo-para-alcançá-los", vamos tentar pensar um pouco melhor e ver se esses objetivos são realmente aquilo que nós pensamos que são. Alguns podem até argumentar que "não tem como saber se são antes de tentar". Ok, talvez não dê pra saber se são, mas acho que dá pra saber pelo menos se vale a pena. Lembrem-se: ao contrário de Thanos, nenhum de nós tem poder supremo para corrigir possíveis erros!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Espada Encantada

Um verdadeiro rosário de lendas maravilhosas parece envolver a vida do rei Arthur da Inglaterra. Entre essas a mais interessante, porém, é a que se refere a um episódio ocorrido pouco antes de sua morte.

Quando sentiu que a vida chegava ao seu termo, chamou um fidalgo, amigo de sua confiança, deu-lhe sua poderosa espada, cujo punho era cravejado de custosas gemas, e disse-lhe:

- Atira esta espada ao mar, e conta-me depois o que tiver ocorrido.

O fidalgo tomou da espada, e achou que seria loucura deitar fora uma dádiva tão preciosa; disse de si para consigo: "Atirar esta riqueza ao mar é perder um tesouro. Guardá-la-ei."

Escondeu, pois, em lugar seguro a preciosa espada e tornou à presença do rei, dizendo-lhe executada a ordem dada.

- Que pudeste observar quando a espada caiu ao mar? - perguntou-lhe o monarca.

- Rompeu as ondas com estrondo e desapareceu para sempre no seio das águas - respondeu, gaguejando, o embusteiro.

- Estás mentindo - retorquiu, com segurança, o rei. - Faze o que te ordenei. Atira a espada ao mar.

Outra vez saiu o velhaco e não pôde se conformar com a ideia de se desfazer da custosa espada.

Deixou-a escondida como estava, e voltando ao palácio declarou ao rei que se havia desobrigado da incumbência.

Perguntou o soberano o que vira.

- Quando a espada tocou a superfície do mar - respondeu o outro - vi erguer-se uma grande coluna azulada de água que se desfez em espumas brancas.

- Tudo isso é mentira - contestou o monarca, já contrariado. - Se tens amor à vida cumpre, sem hesitar, a ordem que te dei.

Amedrontado pela decisão irrevogável do rei, e vendo inúteis os seus artifícios, o fidalgo atirou ao mar a linda e poderosa espada. Assombrado, viu surgir das águas mão robusta que a apanhou cuidadosamente e com ela desceu às profundezas do pélago. Não se perdera, pois, o precioso objeto, aproveitado que fora por um ser misterioso.

Esta lenda, ponto que de todo inverossímil, dá-nos, no entanto, perfeito símbolo das vidas nas mãos do Deus Eterno.

Não temais, jovens brasileiros, entregar-vos de corpo e alma Àquele que tudo pode. Ele será o responsável pelos resultados, e nunca vos desapontará. A vida vos será mais bela e mais rica, ultrapassando sonhos e ideais.

Porque a lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples.

Do livro Lendas do Céu e da Terra, de Malba Tahan

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

No olho dos outros é refresco, né?

Tudo parecia ir bem no começo. Quando Buffy conheceu Angel, ele era apenas um cara misterioso que tinha o bom hábito de ajudá-la. Entretanto, logo ela descobriu que Angel era um vampiro. Inicialmente duvidosa de suas intenções, acabou cedendo após saber que ele tinha sido amaldiçoado décadas atrás com sua alma humana.

Mas havia um porém: um único momento de felicidade desfaria a maldição, levando Angel a se tornar maligno novamente. E esse momento de perfeita felicidade veio quando ele e Buffy fizeram sexo pela primeira vez, fazendo-o reverter para seu alter ego maligno, Angelus.

Como Angelus, o vampiro despertou o demônio Acathla, que sugaria o mundo direto para o Inferno. E embora Willow tenha conseguido restaurar novamente sua alma, isso veio tarde demais, e Buffy foi obrigada a matar seu grande amor para salvar o mundo. Durante o processo, Willow tinha pedido a Xander que avisasse Buffy sobre sua tentativa de realizar a maldição, tentando evitar que a Caçadora tivesse de matar Angel. Mas Xander, que já não ia com a cara do vampiro mesmo antes de ele perder sua alma, passou a Buffy uma mensagem diferente: que ela chutasse o traseiro de Angel.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A Tempestade e as Gaivotas

Gigantesco transatlântico deixava, um dia, o porto de partida e, como todos os navios que partem, era escoltado por uma nuvem de gaivotas prateadas. Ao fim de meia hora de viagem o tempo tornou-se ameaçador. Um vento violento levantava ondas de espuma. Esboçava-se no céu uma tempestade tremenda. Ora, ainda que lutando com toda a força de suas máquinas contra os elementos desencadeados, o possante navio avançava penosamente entre as vagas agitadas.

- Pobres avezinhas - dizia um viajante que olhava do tombadilho as gaivotas e as lastimava. - As nossas máquinas, que representam milhares de cavalos-vapor, com dificuldade resistem à tempestade. Como podeis vós, com as vossas débeis asas, lutar contra o tufão, desamparadas no céu?

E, de repente, aquele homem, que tão compadecido se mostrava pelas avezinhas do mar, ficou atônito. É que as pequeninas gaivotas, estendendo as asas que o Criador do universo lhes deu, abandonaram o navio na procela e ergueram-se acima da tempestade; passaram a voar numa região serena do céu.

Enquanto isso, o homem, com sua presunçosa ciência, lutava penosamente para resistir à fúria dos elementos.

Reparai bem, meu amigo. Esse navio é o homem que pretende lutar unicamente com meios próprios. As asas das gaivotas são as mãos débeis de quem ora.

Pelas asas poderosas da prece eleva-se o homem acima das tempestades da vida e pode voar placidamente, como as gaivotas ligeiras, numa região que jamais será atingida pelos vendavais das paixões.

Do livro Lendas do Céu e da Terra, de Malba Tahan

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Lucky Penny ...ou "Você Acredita em Destino?"

Lucky Penny é o décimo quinto episódio da segunda temporada de How I Met Your Mother. Ted precisa viajar para Chicago, em busca de uma promoção em seu emprego, mas uma série de acontecimentos o impedem de pegar o avião. Enquanto ele e Robin sentam-se no saguão do aeroporto, na esperança de que surja alguma maneira, os dois começam a pensar em todas as coisas que os levaram a chegar atrasados para o voo.

O grande motivo do atraso foi que Ted teve que comparecer ao tribunal naquela manhã, por ter saltado a catraca do metrô. Mas analisando melhor os fatos, o culpado disso foi Barney.

Marshall tinha machucado a perna e não poderia correr a Maratona de Nova York, então Barney se ofereceu para correr no lugar dele. Achando que o amigo não teria condições, por não ter treinado coisa alguma, Marshall aceitou a proposta. Para surpresa de todos, Barney completou a maratona. Mas ao pegar o metrô para casa e tentar se levantar para descer, descobriu que suas pernas não mais o obedeciam, tamanho o cansaço provocado pela corrida. Desesperado, ligou para Ted, que pulou a catraca para tentar alcançá-lo antes que o trem fosse embora, mas acabou sendo impedido pelos seguranças.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O Cão Morto

Uma fábula oriental descreve um ajuntamento de ociosos, no mercado de uma cidade da Síria, em torno de um cão morto que ainda mostrava, amarrada ao pescoço, a corda com que o haviam arrastado pelo chão. Os que o cercavam, olhavam-no com repugnância.

- Empesta o ar - disse um, apertando o nariz com os dedos e trejeitando uma careta de nauseado.

- Reparem na sua pele rasgada que nem para correias de sandálias serve - galhofava outro.

Um tipo corpulento aludiu às orelhas sujas e sangrentas do animal, e rematou:

- Foi, sem dúvida, enforcado por ladrão.

Desse grupo de homens aproximou-se um desconhecido que ouvira os diversos comentários. Em seu rosto resplandecia estranha luz e todo o seu porte indicava dignidade fora do comum. Pondo os olhos no animal morto e vilipendiado, disse, em seu belo e límpido arameu:

- As pérolas desmerecem diante da alvura dos seus dentes.

Todos os circunstantes voltaram-se para ele com assombro, e, vendo-o tão sereno e compadecido, indagavam, quase em segredo, uns aos outros, quem poderia ser aquele homem. E retiravam-se cabisbaixos, envergonhados, quando alguém alvitrou:

- Deve ser Jesus de Nazaré, que só Ele sabe encontrar qualquer coisa digna de piedade e aprovação, até mesmo num cão morto!

Do livro Lendas do Céu e da Terra, de Malba Tahan

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A máquina d scrvr

Apsar d minha máquina d scrvr sr um modlo antigo, funciona muito bm, com xcção d uma tcla.

Há 42 tclas qu funcionam bm, mnos uma,  isso faz uma grand difrnça!

Às vzs, m parc qu mu grupo ´ como a minha máquina d scrvr, qu nm todos os mmbros stão dsmpnhando suas funçõs como dviam, qu tm um mmbro achando qu sua aus^ncia não fará falta...

Voc^ dirá: "Afinal, sou apnas uma pça sm xprssão , por isso, não fari difrnça ou falta à comunidad." ntrtanto, para uma organização podr progrdir ficintmnt, prcisa da participação ativa  conscutiva d todos os sus intgrants.

Na próxima vz qu voc^ pnsar qu não prcisam d voc^, lmbr-s da minha vlha máquina d scrvr  diga a si msmo: "u sou uma pça important do grupo  os mus amigos prcisam d mim!"


Pronto, agora consertei a minha máquina de escrever. Você entendeu o que eu queria te dizer?

Percebeu a sua imensa participação na vida daqueles ao seu redor? Percebeu que assim como tem pessoas que são importantes para nós, também somo importantes para alguém?

Lembre-se de que somos parte do Universo e como tal somos uma peça que não pode faltar no quebra-cabeça da vida!

(Adaptado do livro Sabedoria em Parábolas, do professor Felipe Aquino)