terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Tesouro de Bresa

Mais uma história contada pelo grande Malba Tahan! Vamos, eu sei que vocês gostam!


Houve outrora, em Babilônia - a famosa cidade dos jardins suspensos - um pobre e modesto alfaiate chamado Enedim, homem inteligente e trabalhador, que, por suas boas qualidades e dotes de coração, granjeara muitas simpatias no bairro em que morava.

Enedim passava o dia inteiro, da manhã à noite, cortando, consertando e preparando as roupas de seus numerosos fregueses, e, embora paupérrimo, não perdia a esperança de vir a ser riquíssimo, senhor de muitos palácios e grandes tesouros.

"Como conquistar, porém, essa tão ambicionada riqueza?", pensava o mísero remendão, passando e repassando a agulha grossa de seu ofício; "como descobrir um desses famosos tesouros que se acham escondidos no seio da terra ou perdidos nas profundezas dos mares?"

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Voltar às origens

Uma coisa que sempre toma conta de mim nesta época do ano é o sentimento de nostalgia. Bem, na verdade, isso acontece o ano inteiro comigo, mas nesta época é mais intenso que o normal. É inevitável. Lembro-me de como eram os Natais e Anos-Novos da minha infância, já muito longe daqui, tanto no espaço quanto no tempo. Eram bem diferentes do que são hoje, sem dúvida.

Este ano, porém, "Alguém" me reservou uma surpresa muito especial: tive a graça de participar pela primeira vez da grande "festa de encerramento" anual da Renovação Carismática Católica, o Emanuel. E posso dizer, sem sombra de dúvida, que foi um verdadeiro presente que recebi. Para que vocês possam entender melhor, será preciso que eu conte um pouco da minha história.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Silêncio

"Silêncio" é o décimo episódio da quarta temporada de Buffy, a Caça-Vampiros, e é o 66º episódio no total. Escrito e dirigido por Joss Whedon, foi ao ar originalmente em 14 de Dezembro de 1999. Nele, monstros de contos de fadas chamados "Os Cavalheiros" roubam as vozes de todos em Sunnydale. Incluindo a Turma do Scooby.

Sinopse
Buffy tem um sonho durante a aula da professora Maggie Walsh, no qual encontra uma garotinha com uma pequena caixa nas mãos cantando uma estranha e perturbadora canção de ninar.


Can't even shout, can't even cry
The Gentlemen are coming by.
Looking in windows, knocking on doors,
They need to take seven and they might take yours.
Can't call to mom, can't say a word,
You're gonna die screaming but you won't be heard.


Tradução:


Não se pode nem gritar, não se pode nem chorar
Os Cavalheiros estão vindo.
Olhando nas janelas, batendo nas portas,
Eles precisam pegar sete e podem pegar o seu.
Não se pode chamar a mamãe, não se pode dizer uma palavra,
Você vai morrer gritando mas não será ouvido.


Giles recebe um telefonema de Buffy e tenta pesquisar a informação que ela recebeu em sonho sobre os Cavalheiros. Naquela noite, na torre do relógio, um dos Cavalheiros abre uma caixa que atrai e rouba as vozes de todos os habitantes de Sunnydale.
Os Cavalheiros

Na manhã seguinte, o pânico toma conta da cidade. A televisão afirma que é uma epidemia repentina de laringite. Naquela noite, os Cavalheiros dão início ao seu plano: coletar sete corações humanos - necessários para sua própria sobrevivência. Giles descobre que a única forma de derrotar os Cavalheiros é com o som de gritos humanos - reais, não gravados, como Willow sugere. É por isso que eles roubam as vozes de todos os habitantes ao chegar a uma cidade.

Durante a patrulha, na noite seguinte, Buffy encontra o esconderijo dos demônios e, com a ajuda de Riley - que não sabia que ela era a Caçadora, ao mesmo tempo em que ela não sabia que ele era um soldado da Iniciativa - destrói a caixa mágica que prende as vozes de Sunnydale. Com sua fala restaurada, Buffy deixa sair um grito que explode a cabeça dos Cavalheiros, livrando a cidade de sua presença.

Quantas vezes nós somos como os habitantes de Sunnydale nesse episódio? O mundo de hoje tenta nos calar, nos fazer ficar em silêncio diante das injustiças; os que detém o poder tentam nos calar diante dos escândalos que corrompem nosso governo; até mesmo o nosso próprio orgulho, ou o medo, nos impede de gritar quando precisamos de ajuda.

Precisamos dar vazão à nossa voz! Diante dos problemas, diante das tentações, precisamos deixar o orgulho de lado, reconhecer a nossa fraqueza e gritar por ajuda! Diante dos escândalos, diante da corrupção, diante da violência, diante do mundo de relativismo que pretende nos calar com suas ideias "politicamente corretas", não podemos ficar em silêncio! Temos que lutar, temos que quebrar essa caixa em que eles prendem a nossa voz e gritar: chega!

Ou isso, ou eles vão arrancar nossos corações, um a um. E serão bem mais que sete.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tempo ao tempo

Você provavelmente já passou por alguma situação em que tudo o que queria era resolver alguma coisa o mais rápido possível. E, também provavelmente, já recebeu um conselho como este:

"Tenha paciência, na hora certa tudo vai dar certo."

Também é extremamente possível que nessas situações, a última coisa que você pensava era em ter paciência. Ou que a tal "hora certa" estava demorando demais para chegar. Nesses casos, como você costuma agir?

Eu não sou uma pessoa famosa pela minha paciência. Geralmente, quando eu quero alguma coisa, eu quero na hora - ou até antes da hora, se fosse possível. Mas hoje eu percebi que, muitas vezes, a espera vale mesmo a pena.

Quem me conhece sabe que, além dos videogames, também tenho outra paixão: a leitura. Semana passada, perguntei no twitter se alguém tinha alguma sugestão de livro, já que os que eu estava lendo estavam quase no final. Um amigo meu, o André, me sugeriu a série O Guia do Mochileiro das Galáxias. Eu já tinha ouvido falar, já tinha até assistido ao filme, mas nunca cheguei a ler. Então, fui procurar no Submarino pra ver se encontrava. Encontrei. Em promoção: de R$99,90 por R$78,50, se não me engano. Na hora eu fiquei bastante empolgado, mas também um pouco receoso. Afinal, era uma quantia relativamente alta, e neste momento eu estou tentando controlar os gastos. Além disso, como eu disse, já tinha assistido ao filme e não tinha gostado nem um pouco - mas reconheço que, para fazerem um filme, os livros provavelmente seriam ótimos.

Paralelamente, pesquisando outros gêneros, me deparei com Os Sete, de André Vianco. É uma história sobre sete vampiros portugueses, aprisionados num navio naufragado na época do Descobrimento, e que são trazidos de volta no Brasil atual. Fiquei em dúvida sobre o que comprar - e foi apenas por isso que não comprei nenhum naquele dia.

Hoje, porém, recebi um e-mail do Submarino, com a notícia de uma promoção-relâmpago no site. Acreditem se quiserem: a série completa do Guia estava à venda por apenas R$29,90, enquanto milhares de outros livros - Os Sete incluído - tiveram seu preço reduzido para R$9,90 cada um! A espera valeu a pena!

Não perdi tempo: entrei no site e comprei os seis livros no ato! Graças ao tempo que esperei, pude economizar quase R$50,00. 

Por isso, deixo para vocês este recado: quando passar por algum problema, ou quando quiser alguma coisa, tenha paciência! A hora certa vai chegar, eu garanto! E quando chegar, você se sentirá feliz por ter esperado.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Imprevistos

No último feriado - quem já acompanha o blog há algum tempo sabe - meus pais foram viajar para a casa da minha avó, que mora a quase quinhentos quilômetros daqui. É um passeio e tanto, sem dúvida, mesmo para quem já faz esse exato percurso há mais de vinte anos. A cada vez tem algo diferente, alguma coisa nova. E desta vez não foi exceção - embora a "surpresa" tenha sido um tanto quanto desagradável.

Não lembro se cheguei a comentar sobre isso aqui, mas de qualquer forma, falo de novo. Quando tinham acabado de passar da metade do caminho, na ida, o carro quebrou. Imagino que se tivesse sido mais perto daqui eles teriam voltado (como aliás nós fizemos uma vez, anos atrás), mas aonde estavam não tinham como fazer isso. O único caminho possível era consertarem o carro e continuarem - embora tenham chegado com pelo menos umas quatro ou cinco horas de atraso: quase o tempo da viagem quando feita sem problemas.

Muito bem, eles chegaram lá na sexta-feira à noite, passaram o final-de-semana por lá e voltaram na segunda-feira após o almoço. Mas antes que chegassem na metade do caminho, outra vez houve um problema no carrro. E desta vez, não tiveram como consertá-lo. O único jeito foi chamarem um guincho daqui da cidade para rebocá-los - um trajeto, de ida e volta, de quase novecentos quilômetros. Resultado: chegaram aqui à uma da manhã (quando o normal seria terem chegado mais ou menos às seis da tarde) e ainda tivemos que gastar uma fortuna com o reboque e o conserto do carro, acabando com os planos da minha mãe de comprar um geladeira nova no final do ano.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Uma Lenda do Deserto

Eeeeee mais uma vez, trago para vocês uma inspiradora história para refletirmos sobre o nosso dia-a-dia! Então, vamos nessa!


O rio Tifnut, que desce das montanhas de Likun, no interior marroquino, para despejar suas águas barrentas junto à cidade de Agadir Isir, no Mediterrâneo, apresenta em seu longo e acidentado percurso um trecho onde a correnteza esbraveja em espadanadas e cuja travessia é quase impraticável ao mais temerário aventureiro. Ali - dizem os árabes - a morte, com sua máscara de espuma, vem bailar, como louca, à tona d'água. Este sorvedouro começa pouco abaixo do oásis de Tarundant e vai até as proximidades de uma pequena aldeia - denominada El-Kibir - onde foi sepultado, há séculos, o milagroso Simi Ahmed, santo famoso do Islã.

É precisamente entre as velhas aldeias de Tarundant e El-Kibir que o viajante encontra, nas margens do rio impetuoso, uma das curiosidades mais atraentes de Marrocos. É uma pedra alta, negra, lisa, que semelha um dedo gigantesco a apontar eternamente para o céu de Alá. Esse belo monumento da natureza, os indígenas e muçulmanos denominaram Uada - vocábulo que na língua árabe significa "Promessa feita a Deus".

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Viagem ao Centro da Terra

Certamente você conhece esta história, ou no mínimo já ouviu falar dela. Mas para o caso de ser um extraterrestre ou ter passado os últimos séculos preso num tanque de animação suspensa ou num bloco de gelo no ártico, aqui vai uma pequena resenha desta que é, até hoje, uma das maiores aventuras de ficção científica que o mundo já conheceu:

A história começa com o professor Lidenbrock, um excêntrico mineralogista que certo dia descobre, entre os livros da velha biblioteca, um manuscrito de séculos atrás, de autoria do famoso cientista Arne Saknussem. Esse manuscrito, conforme Lidenbrock e seu sobrinho Axel descobrem, contém o segredo para se viajar ao centro da Terra - uma viagem que o próprio Saknussem já fez. Entusiasmado com a ideia, o enérgico professor decide partir imediatamente - muito para o desgosto de Axel, que duvida piamente da possibilidade de tal excursão e tenta dissuadir o tio de sua ideia maluca durante boa parte do caminho.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Vitória!

Infelizmente, não será possível atualizar o blog hoje. Quero aproveitar que o dia tá tranquilo pra trabalhar em alguns projetos meus. Mas não se preocupem, deixo aqui um videoclipe que eu montei algum tempo atrás, com uma das mais bonitas músicas do Dunga (o cantor, não o ex-técnico da Seleção, sobre o qual eu já falei aqui antes). Espero que gostem! Até segunda-feira!


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Bonsai, velho bonsai

Um tempo atrás eu quis dar um presente de aniversário diferente pra minha mãe. Não sabia o quê, entretanto, então fui procurar nas lojas da cidade alguma coisa que ela pudesse gostar. Acabei me deparando com uma floricultura e decidi entrar.

Vocês devem estar pensando: "Você queria um presente diferente e foi comprar flores?" Bem, isso seria diferente para os meus padrões de presentes, mas eu também pensei assim. Então, em vez de uma flor, eu decidi comprar uma árvore. Um bonsai, na verdade, uma árvore em miniatura, mas ainda assim uma árvore.

Bem antes disso, tínhamos reformado a nossa casa. Apesar de meus protestos, meus pais não deixaram nem um só milímetro de jardim. Pavimentaram tudo. Hoje eles pagam as consequências disso, já que nossas cadelas não têm mais um lugar específico para fazerem suas necessidades, mas eu estou divagando e isso é outra história. O ponto é que eu achei que uma planta de verdade - diferente daquelas de plástico que minha mãe já tinha - seria algo interessante de se ter novamente em casa.

Então, voltando ao assunto. Perguntei na loja pelos diversos preços, e eles eram realmente diversos. Se alguém entende do assunto, já vai saber disso, mas pra quem nunca se interessou, lá vai: os bonsais mais velhos são os mais caros. Quando a vendedora me disse isso, eu fiquei pensando: como é diferente dos humanos! Geralmente nós tratamos os mais velhos com desdém e só valorizamos o que é novo e atual.

Quanto mais o bonsai é velho, mais o bonsai vale.
Bem ao contrário do nosso mundo atual.
Não me refiro aqui apenas às pessoas mais velhas - embora elas sejam as que sofram as maiores consequências dessa onda de valorização excessiva do novo e depreciação do que é velho. Os valores, a cultura, os ensinamentos antigos são gradualmente substituídos por outros mais "atuais" - embora nem sempre isso signifique "melhores".

Claro que o mundo evolui, as coisas mudam e entre elas, a tecnologia é a que mais rapidamente descarta o velho para utilizar o novo. E em certos casos, isso é uma coisa boa, afinal não se deve ficar excessivamente preso ao passado. Mas muitas vezes, acabamos perdendo grande parte de nossa história, e consequentemente de nós mesmos, em favor de coisas que nem sempre são tão boas assim.

Aprendamos a valorizar aquilo que é bom, mesmo que não seja da nossa época. Afinal, sem o passado não haveria o nosso presente; e sem as coisas que tantas vezes consideramos "ultrapassadas", nossas vidas não seriam como são atualmente.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

As Três Recompensas

Não me culpem. Tive uma manhã cheia e não deu tempo de preparar o post de hoje. Daí eu decidi postar mais uma história do Malba Tahan. Sim, eu sei que vocês gostam! Então, vamos lá!



Era em Mossul, na terceira lua do mês de Rajeb-aul do ano 403 da Héjira.

A grande caravana de mercadores, que seguia anualmente para Basra, com estofos e sedas, terminara os últimos preparativos para a longa jornada pelo deserto.

Ao cair da noite, o jovem Abul Firaz ibn Kharsian — o mercador — chamou seus guias, servos e escravos e disse-lhes:


— Amanhã, ao nascer do dia — se Allah quiser! — Partiremos com a nossa caravana para Basra, acompanhado a estrada de Erbil e Kerkuk. Quero, à hora da partida, que todos os homens estejam prontos, os camelos carregados e as tendas arrumadas! Mahissalemá! Podem ir! Que Allah os proteja!

Saíram todos. Abul Firab ficou a sós em meio de sua tenda a meditar. Sobre seus ombros pesavam as responsabilidades de chefe da caravana. Seria bem sucedido? Seria infeliz? Só Allah — o Altíssimo — conhece o futuro dos homens; tudo o que ocorre na terra está escrito — Maktub! Que adianta, pois, pensar no dia de amanhã?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Lições de feriado prolongado

Digam a verdade: poucas coisas são mais gratificantes do que um feriado na segunda-feira. Ainda mais quando seus pais vão viajar para longe, te deixando sozinho em casa e você tem um programa superdivertido com seus amigos. Certo? Certo. Pelo menos na teoria - e nos filmes.

Não que o meu final-de-semana tenha sido ruim - longe disso. Meus pais foram viajar pra casa da minha avó, a quase quinhentos quilômetros daqui, me deixando sozinho em casa. Além disso, domingo eu fui pro Hallel de Maringá com meus amigos. O que foi muito bom. Mas sabem aquele ditado que diz que você só conhece realmente alguém quando passa pelo menos uma semana com essa pessoa? Pois então, o mesmo vale para conhecer a si mesmo: só é possível quando você passa um tempo sozinho. E nos últimos quatro dias, eu pude aprender muito sobre mim mesmo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Você ficaria?

Recentemente, fui invadido por uma onda de nostalgia ainda maior do que o meu normal. Tudo começou numa bela noite de primavera, quando eu estava vendo alguns vídeos no YouTube, e encontrei aberturas de antigos desenhos da minha infância. Entre esses, o que mais me marcou foi aquele chamado Animais do Bosque dos Vinténs.

Para os mais novos, que não tiveram a sorte de viver essa época: trata-se da história de um grupo de animais que é forçado a fugir de sua casa, o Bosque dos Vinténs, quando este começa a ser derrubado pelos humanos. Entre os bichos presentes, estão a Raposa, o Texugo, a Cobra, a Toupeira, um casal de Faisões, a Coruja, o casal de Ouriços e outros. Guiados pelo Sapo, que tinha sido levado de sua lagoa meses antes, e que acabava de conseguir voltar, o grupo faz seu caminho até o Parque da Corça Branca, uma reserva natural onde eles serão protegidos pelos humanos.

Durante a jornada, os animais enfrentam vários perigos, passando por fazendas, campos de treinamento, rios de fortes correntezas e até mesmo a cidade grande. Apesar das profundas diferenças entre os membros do grupo, a maioria acaba chegando em segurança ao seu destino. Infelizmente, nem todos conseguem, sendo mortos no caminho por homens ou predadores naturais.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A Máquina que faz PING!

Trata-se da primeira cena do filme The Meaning of Life (em português: O Sentido da Vida), o último e mais polêmico longa dos comediantes britânicos do Monty Python, sobre o qual eu já comentei aqui antes, mas que hoje trago de volta para fazer uma breve reflexão sobre um dos grandes perigos que o jovem de hoje enfrenta: o consumismo.

Em The Meaning of Life, um grupo de peixes num aquário explora, numa série de esquetes separadas, as diversas circunstâncias da vida humana, do nascimento até a morte. Com tiradas hilariantes ao extremo - e outras que podem irritar extremistas - o filme tenta levar o espectador a refletir sobre o verdadeiro sentido da vida. Uma obra de arte, como são aliás todos os trabalhos do grupo.

Mas vamos ao que interessa. Você certamente já viu alguma máquina que faz um ruído característico. Computadores, por exemplo, fazem "bip". Celulares podem fazer diversos sons, dependendo do que o dono programar. E claro, há os videogames, que fazem "ekke ekke ekke ekke ptang-zu-bóing". Não, esperem. Isso quem faz são Cavaleiros que Dizem NI.

Bom, que seja. De qualquer forma, existem também algumas máquinas que fazem "ping". Mas eu garanto que nenhuma delas faz "ping" como A Máquina que faz PING! (leia-se PING!, no tom mais agudo possível).

Se o governo quiser investir em saúde, deve começar equipando todos os hospitais com uma Máquina que Faz PING!. É uma maravilha da ciência moderna! Com A Máquina que Faz PING!, não precisariam se preocupar com mais nada.

"Mas afinal", você se pergunta, "o que essa máquina faz?" E eu respondo sarcasticamente: "Ora, o nome já diz! A Máquina que Faz PING! faz... PING!".

Só isso? Só isso. Mas é um dos equipamentos mais caros da maternidade onde uma jovem está prestes a dar à luz.

Existem pessoas que fariam qualquer coisa para ter uma Máquina que Faz PING!. Mesmo sabendo que ela não os deixaria dormir à noite e só serviria para fazê-las gastar dinheiro - imaginem quanto custa a manutenção de uma máquina dessas. Mas elas precisariam dela, nem que fosse apenas para espalhar aos outros que elas têm.

A Máquina que Faz PING! é um exemplo claro da situação atual de boa parte da juventude. A mídia, especialmente a televisão, nos diz que nós valemos por aquilo que nós temos. Quanto mais você tem, mais você vale. Mas não basta ter tal coisa; é preciso que tal coisa esteja na moda. 

Pessoas que são excluídas, taxadas de "inferiores", apenas porque não têm um par de tênis de R$300,00 - que é quase o salário mensal de boa parte dos trabalhadores brasileiros.

Outras que se matam para comprar uma calça igual à dos integrantes daquela banda de sucesso, apenas para descobrirem, depois de uma semana, que com o mesmo dinheiro poderiam ter comprado várias calças mais baratas - e mais confortáveis.

A pessoa pode ser um pulha, o tipo de gente que ninguém gosta de chegar nem perto, mas se ela tiver dinheiro, estará sempre rodeada de "amigos". Mas de que adianta tudo isso, se quando chegar a hora perderemos todas essas coisas? O que nós vamos levar daqui?

O mesmo filme que nos apresenta a maravilhosamente inútil Máquina que Faz PING! - tão inútil, se comparada a outras máquinas parecidas, quanto um par de tênis de R$300,00 ou um par de calças coloridas que mais parecem de palhaço - também nos dá a resposta. Não importa se somos ricos ou pobres, se andamos na moda atual ou na de cinco anos atrás, se temos em nossa garagem um carro do ano ou uma mula atrelada a uma charrete: nosso destino final vai depender unicamente do que nós somos, porque o que temos... isso não vai valer absolutamente nada!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Criatividade, Falta de

Poucas coisas são piores para mim do que a falta de criatividade. Simplesmente fico inquieto, andando de um lado para o outro tentando pensar em alguma coisa para usar numa pregação, ou para postar aqui, mas não sai nada.

Na maioria das vezes, até sai. Muita coisa, aliás. Hoje, por exemplo, eu devo ter pensado em uns dez temas pra este post. Mas não consegui me aprofundar em nenhum deles. Não sei o que acontece, parece que o pensamento não vai nem no tranco!

Pensei em postar uma história, mas já fiz isso ontem. Pensei em postar uma música, mas não lembrei de nenhuma que pudesse ser utilizada. Saco, por pouco eu quase fiz a review de um episódio de seriado! Só não fui em frente porque os temas dele episódio são muitos, mas nenhum extremamente profundo pra merecer um post inteiro.

Então, num esforço desesperado para manter o blog atualizado, resolvi falar justamente sobre o que estava me impedindo de atualizá-lo! E coisa incrível: ao começar a escrever estas linhas, percebi que poderia usá-las num tema bastante interessante, sobre o qual eu trato agora.

Pra começar, releia o segundo parágrafo. Já? Ok, continuando.

Foi justamente essa parte que me impulsionou a pensar. Quantas vezes nós nos envolvemos em tanta coisa que acabamos não fazendo nada! Já tiveram essa sensação?

Por exemplo, um estudante comum, que não é extremamente preguiçoso, mas também passa longe de ser um gênio. Ele se dá razoavelmente bem em todas as matérias. Mas não se aprofunda em nenhuma delas. De um modo generalizado, é um estudante acima da média. Mas analisando cada matéria separadamente, acaba ficando bem abaixo dos demais. Por quê? Porque não se aprofundou.

Outro exemplo, bastante comum entre nós jovens: o sujeito vai a uma festa e fica com três, quatro ou quinze garotas numa noite. Muito bem, parabéns para ele. Mas pergunte se lembra do nome de metade delas. Não vai lembrar. Por quê? Porque não se aprofundou nesses relacionamentos.

Até mesmo as crianças estão cada vez mais sendo educadas a terem dezenas de atividades diferentes, mas não se aprofundam em nenhuma delas! E o pior: não têm mais tempo de se aprofundar na melhor atividade de todas, que é justamente ser criança!

Isso é um dos grandes males da sociedade de hoje: estamos tão ocupados com tantas atividades que não procuramos nos aprofundar naquilo que é realmente importante! Valorizamos mais a quantidade, e não a qualidade!

Por isso que eu pergunto: como anda a "profundeza" de nossa vida? De nossas relações, até de nosso próprio ser? Temos gasto tanto tempo vivendo a vida dos outros que acabamos nos esquecendo de viver a nossa própria, de sermos nós mesmos?

Que tal definirmos melhor nossas prioridades?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Xeque-Mate no Diabo (Lenda Árabe)

Hoje trago para vocês mais uma história do mestre Malba Tahan. Decidi postá-la aqui por causa de suas inúmeras lições, que vão muito além do tema principal e certamente envolvem fatores que são predominantes na vida da juventude de hoje. Espero que gostem!



Conheci na célebre cidade de Damasco, já lá se vão muitos anos, um velho enxadrista cristão, chamado Ibrahim Calemah.

Era um homem baixo; calvo, de barbas brancas; tinha o nariz deformado por uma cicatriz; os seus olhos negros, extremamente vivos, pareciam dois pequeninos besouros - desses estranhos besouros do deserto que os árabes de minha tribo denominavam astemalak.

Contaram-me os damascenos que o xeque Ibrahim, por causa da sua incorrigível mania e paixão pelo jogo de xadrez, se envolvera em perigosas aventuras.

De uma feita viu-se em séria atrapalhação com o próprio Diabo!

Com o Diabo?

Devia ser surpreendente essa aventura do cristão com o Maligno, que os árabes denominam Cheitã. Procurei conhecê-la. E um dia, finalmente, naquele café, que fica junto à porta de Santo Tomás, interroguei sobre o caso o famoso enxadrista.

Como conseguira ele enfrentar o próprio Gênio do Mal?

O velho Ibrahim, com sua enorme paciência, contou-me o seguinte:

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Zero

Antes de começar o post - embora tecnicamente já tenha começado - quero que dê uma olhada nesta imagem:


Vi esta charge sexta-feira, no blog do Ziraldo (sim, fazia tempo que eu não falava dele aqui) e fiquei pensando em quantas vezes nós estamos nos sentindo exatamente como este zero. Não valendo nada, servindo apenas para "ocupar espaço", sem nenhuma função verdadeira. Isso é típico de segundas-feiras, principalmente. Mas não é tão ruim ser o zero neste caso. O pior mesmo é ser o um.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Super Macacos em Bolas

É um título estranho, sem dúvida. Parece até nome de desenho infantil americano mal-traduzido. Mas é quase isso. Trata-se de uma série de jogos produzidos pela SEGA e protagonizados pelo macaco AiAi. O nome original da série? Super Monkey Ball. Daí, Super Macacos em Bolas. E essa tradução tem tudo a ver com o jogo.

Em SMB (Super Monkey Ball, não Super Mario Bros.), o jogador escolhe um de vários macacos extremamente fofoinhos, que usam enormes bolas transparentes como seu meio de transporte. Até aí, nada de mais, e justifica bem o nome. Mas o diferencial dessa série é que você não controla diretamente os personagens. Você controla o cenário ao redor deles.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A Lata de Goiabada

Não me lembro exatamente como é a história, pois faz tempo que li e não encontrei mais o livro em lugar nenhum (peguei na biblioteca do colégio), mas era mais ou menos assim.

Um pai deixou de presente para os seus três filhos uma lata de goiabada. Cada um deles recebeu uma parte igual.
Os dois primeiros filhos, logo que receberam suas partes, foram logo devorando. Em poucos minutos já tinham terminado. Mas comeram tão rápido que passaram mal, coitados. Uma dor de estômago incrível.

O terceiro filho, por outro lado, preferiu não comer sua parte imediatamente. Em vez disso, guardou-a na geladeira. Os irmãos zombavam dele enquanto comiam suas partes (antes de terem que correr para o banheiro), mas ele preferiu servir-se de outros alimentos, mais saudáveis, antes da sobremesa. E quando a hora chegou, ele foi calmamente até a geladeira, pegou seu pedaço da goiabada e comeu-o tranquilamente, aos poucos, sob os olhares extasiados dos irmãos, que só agora se davam conta da besteira que tinham feito ao não esperar a hora certa para comer.

Moral da história: O sexo é uma lata de goiabada.

(Adaptado do livro A Juventude é uma Parábola, de padre Zezinho, SCJ)



Como nós, jovens, estamos tratando a lata de goiabada que nosso Pai nos deu de presente?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Lucario

Lucario, o Pokémon Aura. Possui a habilidade de sentir a aura de todas as coisas. É capaz de entender a fala humana. Sintonizando a aura que emana de outros, ele pode ler seus pensamentos e prever seus movimentos.
Antes de começarmos a nos aprofundar no estudo deste grande Pokémon chamado Lucario, precisamo entender o que vem a ser "aura". Ouvimos muito falar sobre isso, sem dúvida, mas o que é exatamente? Com a palavra, Wikipedia.
aura, segundo várias religiões e tradições esotéricas, é um elemento etéreo, imaterial, que emana e envolve seres ou objetos; é, por vezes, também considerada como um atributo inerente aos seres vivos.
A forma e a cor da aura refletem o estado físico, mental e emocional da pessoa. Problemas de ordem física e/ou psicológica, ao alimentar sentimentos negativos, dariam à aura uma cor escura, como o marrom; cores claras significariam que a pessoa goza de boa saúde emocional. Estados emocionais semi-conscientes teriam maior propensão a projetar um halo luminoso, de uma distância de alguns centímetros até um metro do corpo, o que cria um efeito de campo detectável por quem esteja próximo, uma explicação para produção de simpatias ou antipatias, aparentemente gratuitas, mas que são efeitos de um fenômeno similar à influência de um campo magnético.
Bem, agora voltando ao assunto do Lucario.