quarta-feira, 6 de outubro de 2010

No novo tempo...

...apesar do perigos, da noite que assusta, da força mais bruta, estamos na luta...
Pra sobreviver... pra sobreviver...

Essa música sem dúvida retrata bem o momento em que vivemos. A cada dia, vemos mais e mais notícias de tragédias e violência espalhadas pelo mundo. Chega a parecer que não há mais coisas boas, ou que se há, os meios de comunicação são proibidos de noticiá-las.



Não que eu seja exatamente um Oscar Niemeyer pra falar sobre isso, mas antigamente as coisas pareciam tão mais simples, mais tranquilas, mais... sei lá. Não me lembro de ver nos telejornais notícias como "Pai joga a filha da janela de um edifício", "Namorado sequestra e atira no rosto de ex" ou "Candidata presidencial pró-aborto pode ganhar eleição no primeiro turno". Geralmente, as piores notícias eram dadas no até hoje temido Plantão da Globo, motivo de temor por significar uma enorme tragédia, e ao mesmo tempo de raiva, por aparecer do nada na tela da TV e atrapalhar nosso entretenimento. Curiosamente (corrijam-me se estiver errado; não tenho acompanhado direito), nunca mais vi a assustadora vinheta, nem ouvi a característica música - a não ser em propagandas que muito provavelmente não pagaram nenhum direito autoral pelo seu uso. Talvez o número de notícias extremamente ruins tenha crescido tanto, que se fossem fazer um "Plantão" para cada uma, não haveria mais programação.

Mas não são só as notícias. As pessoas também estão diferentes. Saindo menos, se divertindo menos. Lembro-me que um tempo atrás, minha mãe sempre cozinhava. Bolo de fubá e doce de leite eram a especialidade dela; era difícil passar muito tempo sem um desses quitutes. Atualmente, o difícil é se lembrar deles, de tanto tempo que se passa sem nenhum. Sempre havia algum lugar pra ir com a família, hoje vai cada um pra um canto - quando vão. As crianças da minha época (eu inclusive, embora num nível bem menor que meus conterrâneos) tinham liberdade de brincar ao ar livre, no meio da rua, até mesmo à noite! Aonde foi parar tudo isso? Apenas no desejo das crianças e na memória dos adultos, pois o medo da violência não permite que se manifeste.

Diante de tudo isso, chegamos à segunda parte da estrofe. Será que estamos mesmo na luta? Será que estamos realmente fazendo algo contra essa onda que parece querer nos arrastar para o fundo do mar?

Isso não é problema apenas dos políticos. Não é problema apenas das autoridades. Depende de cada um de nós! Enquanto a grande maioria da população mundial esperar sentada que venha um sinal do Céu e mude as coisas da noite para o dia, de nada vai adiantar ter mais policiais nas ruas, colocar grades, cercas elétricas nas casas, construir prisões que nunca serão suficientes para a enorme quantidade de detentos, nem qualquer outra medida externa. As coisas só vão mudar quando nós mudarmos! Será que nós estamos vivendo em nosso interior, em nossas casas, em nossas famílias, vizinhanças, escolas, trabalho, a paz que gostaríamos de ver nos outros? É de nós, de nossas casas, de nossas famílias, que deve vir o sinal que vai transformar o mundo!

Por que, quando o sinal vier do Céu (e ele virá!), vai olhar bem em nossos olhos e, vendo que não fizemos nada além de ficarmos indiferentes, dirá: "Pelo amor de Mim mesmo, será que Eu tenho que fazer tudo sozinho nesta joça??"

É. Ninguém gosta de ouvir bronca dos pais. Por isso é melhor nos comportarmos e fazermos a lição de casa, pois o castigo será bem pior que um puxão de orelha!

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