Os sinais

Outro dia me aconteceu uma experiência interessante. Aliás, outro dia não; outra noite. E já que eu não tenho nenhuma outra ideia pra postar aqui, resolvi partilhar isso com vocês.

Foi o seguinte: estava eu sossegado, dormindo sossegadamente em minha sossegada cama. Quando de repente, o som da chuva e dos trovões me tirou do meu sossego. Até aí, nada demais; exceto, é claro, pelo fato de que eu dificilmente acordo durante a noite. Meu sono é muito pesado; prova disso é que houve uma vez em que o vento chegou a derrubar a antena da nossa casa, fazendo um barulho enorme, e eu não acordei. Só fiquei sabendo no outro dia, pelos meus pais.

Anyway (adoro misturar palavras em inglês!), naquela noite o som dos trovões foi o bastante para me acordar. E me acordar pra valer. Tanto que eu não consegui pegar no sono durante um bom tempo. Olhei no celular e eram umas três e pouco da madrugada. Me virei, me revirei e nada do sono vir. Foi quando um pensamento me passou pela cabeça.

Pode parecer estranho para alguns de vocês, mas aquele pensamento foi: "Abra a Bíblia". Na hora, eu tentei afastá-lo. Achei que era coisa da minha própria mente. Mas ele continuou me martelando. Eu tentava pensar em outra coisa, e logo voltava a ele. "Abra a Bíblia, Deus quer falar com você."

Enquanto isso, os trovões continuavam: "cabruum", "cabru-buuumm" (perdão pelas onomatopeias horríveis). E eu fiz uma pergunta ao meu inquieto pensamento: "É mesmo o Senhor, Deus?"

Esta foi a resposta que Ele me deu. Brincalhão Ele, não? :D

Juro pelo que vocês quiserem: naquele exato momento, um trovão soou. Mas não foi um simples "cabruum"; foi um estrondoso e sonoro "KRAACK-A-BOOOOM". Aí, eu não tive mais dúvidas. Pensei: "Tá bom, tá bom, mas não se irrite!", liguei a câmera do celular pra usar o flash como lanterna (sim, faço isso às vezes. Aquele flash é inútil pra tirar fotos no escuro, mas é bom pra situações como essa), alcancei a minha Bíblia ao lado da cama e abri.

Não cabe aqui dizer o que Deus falou comigo naquela noite. Foi apenas um versículo, mas um versículo que me preparou para outros eventos que aconteceriam naquele dia.

Hoje, olhando em retrospecto, posso ver e constatar, mais uma vez, como a Providência de Deus é ativa em minha vida. É incrível. Não vou mentir pra vocês: eu não tenho o hábito de ler a Bíblia todos os dias; muito menos de manhã. Deus sabe disso, mas sabia também que eu precisava ler aquilo naquele dia. Se eu não tivesse lido, provavelmente não teria suportado as coisas que aconteceram depois - as quais são assunto para outra ocasião, desculpem. Então, o que Ele fez? Me acordou no meio da noite - de uma maneira um tanto cartunesca, se querem minha opinião - e não me deixou dormir de novo enquanto eu não lesse aquilo.

Existem tantas pessoas que vivem pedindo sinais, provas da existência de Deus. E não percebem que Deus prova Sua existência em praticamente tudo ao redor delas. É como o ar: ninguém pode vê-lo, mas todos podem senti-lo. E sem ar, assim como sem Deus, não dá pra viver! É por isso que quando uma pessoa precisa enfrentar uma situação onde é difícil conseguir ar - um mergulhador, por exemplo - ela arranja uma jeito de levar um pouco de ar com ela. Ela substitui o ar natural do ambiente por uma reserva de ar particular.

Da mesma forma, se uma pessoa não consegue sentir Deus, respirar Deus, ela procura alguma forma de substituí-Lo. E acaba criando seu próprio "deus" particular - que pode ser um artista, um(a) namorado(a), ou qualquer coisa que possa fazê-la se sentir "viva", mesmo que por alguns momentos.

Vale lembrar que de nada adianta acreditar na existência de Deus se não incorporar essa crença na sua vida! Do mesmo modo que de nada valeria saber da existência do ar, e prender propositalmente a respiração, alegando que "não quer se envolver" com o ar! Existe disparate maior que este?

Se podemos dizer, apenas pela aparência de um amigo, como ele está, por que não deduzimos pelo próprio universo que a existência de Deus é simplesmente necessária? Prestemos mais atenção aos sinais ao nosso redor. Basta abrir um pouco a mente para constatar que Deus está presente.