sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Satisfação

Vocês provavelmente conhecem o blog do Will Leite (se não conhecem, corram lá!), sem dúvida um dos melhores cartunistas de hoje. A tira abaixo foi publicada no dia 27 de janeiro, e retrata de forma bem-humorada uma realidade cruel dos dias de hoje:




Tenho certeza de que muitos aqui vão se identificar com o Odair. Hoje em dia, o consumismo está em alta na sociedade. Quanto mais nós temos, mais nós valemos. Principalmente entre os jovens, não é incomum uma situação em que para ser aceito em determinado grupinho, precisamos usar roupas da moda, ter um carro do ano, uma moto turbinada, ou simplesmente dinheiro. Como se "maior nível financeiro" fosse sinônimo de qualidade. Se é assim, como existem tantas pessoas ricas que são grandes canalhas? Que enriqueceram à custa dos outros? Através de enganações, de exploração, de roubos e até de coisas piores! Será que o fato dessas pessoas terem "dim-dim" as torna superiores ao demais?

Além desses, que se tornam ricos por serem canalhas, temos no outro extremo aqueles que se tornaram canalhas por serem ricos. São pessoas que nasceram em uma família já com dinheiro, ou mesmo que enriqueceram honestamente, mas se tornaram verdadeiras "malas-sem-alça". Bastante conhecidos nos colégios e nos seriados norte-americanos, são os famosos "mauricinhos" e "patricinhas" (ou suas contrapartes adultas, os "magnatas" e as "peruas"), que não apenas se consideram acima do resto do mundo, como também não fazem a mínima questão de esconder isso. Claro que existem exceções, e a estas pessoas que se mantêm humildes diante dos demais quando poderiam muito bem se isolar em seu próprio círculo social, meus sinceros parabéns e minha maior admiração.

Mas pior do que alguém que se acha superior por ter dinheiro, é alguém que se acha inferior por não ter. E faz de tudo para ser aceito entre os "superiores", muitas vezes renegando seu passado, suas origens e até a sua própria consciência para chegar lá. No fim, temos uma pessoa igual ao Odair: realizada, sim, em termos materiais, mas e quanto ao resto? E quanto ao principal? Mais ainda: qual está sendo o objetivo principal na sua e na minha vida? Ao que temos dado mais valor? Ao dinheiro e à posição social, que são passageiros e não nos servirão de nada quando deixarmos este mundo, ou àquilo que levaremos conosco? Àquilo que servirá de modelo para nossos filhos e netos? O que tem sido o essencial na nossa vida?

"Pois de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma?" (Marcos 8, 36)

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