quinta-feira, 5 de abril de 2012

Hoje é dia de jejum e abstinência, bebê!

É, galera. O Mundo do Jovem mudou, e mudou pra melhor... eu espero. De agora em diante, vocês encontrarão as reflexões mais doidas da Internet bem aqui, no Sorvete com Bacon! E vamos (re)começar com um tema bastante... atual. Estão prontos? Então apertem os cintos!





Ah, a sexta-feira santa! O único feriado do ano que sempre é prolongado! Ou não, se você trabalha aos sábados como eu, mas... whatever.


Não vamos falar do "feriado" hoje, porque sexta-feira santa não é um feriado qualquer. Aliás, nem mesmo é definido como feriado, mas sim como "dia santo". O que até faz sentido, senão não se chamaria "sexta-feira santa".

Sabem qual é a diferença entre "feriado" e "dia santo"? Bem, nenhuma, se você for um ateu, ou agnóstico, ou praticar qualquer religião não-cristã. Mas, se por um acaso você não se encaixa em nenhum desses grupos, deve saber que os dias santos não são simplesmente dias de folga para nós; muito pelo contrário. Querem vez?

Relembrando os bons e velhos tempos da catequese, e não vale colar: qual é o terceiro mandamento da Lei de Deus? EU DISSE QUE NÃO VALE COLAR! Pensem um pouco, puxem pela memória! Lembraram? Não? Ok, vamos fazer de modo diferente.

Assinalem a resposta certa:
a) Honrar pai e mãe (e sim, isso inclui a mãe do cônjuge, vulgo sogra)
b) Não cobiçar a mulher do próximo (ou o homem da próxima, caso você seja mulher)
c) Não roubar (principalmente no video-game)
d) Guardar domingos e festas

Quem escolheu a alternativa número B pode voltar pra primeira etapa. Quem escolheu os números A e C também. Aproveitem e voltem para a aula de álgebra, antes de me condenarem por chamar letras de números.
Enfim, acertou quem escolheu a alternativa D: "Guardar domingos e festas". Ou, como podemos ler no livro do Êxodo:

"Lembra-te de santificar o dia de sábado. Trabalharás durante seis dias, e farás toda a tua obra. Mas no sétimo dia, que é um repouso em honra do Senhor, teu Deus, não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu animal, nem o estrangeiro que está dentro de teus muros. Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que contêm, e repousou no sétimo dia; e por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o consagrou." (Ex 20, 8-11)


Não convém aqui explicar como o sábado se tornou domingo e o que isso tem a ver com a sexta-feira. O caso é que dias santos não foram feitos para serem dedicados ao descanso, mas sim a Deus. A sexta-feira santa, em especial, é um dos mais importantes entre esses dias, porque é quando começa o tríduo pascal: o ponto principal da fé cristã, onde Jesus foi crucificado e no terceiro dia ressuscitou.

À risca, o tríduo começa na quinta-feira à noite, com a Missa do Lava-Pés (que quando eu era criança achava que tinha alguma coisa a ver com as formigas de mesmo nome). É nesse momento que é lembrada a Última Ceia, que segundo algumas fontes foi fotografada por Michelângelo, e também onde Jesus instituiu o sacramento da Eucaristia após lavar os pés dos apóstolos (aliás, é daí que vem o nome, não das formigas, pra quem não sabe).

Não precisam ter medo.
O nome da Missa não é por causa delas!
Na sexta-feira santa (também chamada Sexta-feira da Paixão, o que não a torna o Dia dos Namorados, mas daria um hino bem interessante se parodiassem uma música do Luan Santana), recordamo-nos de quando Cristo foi traído, preso e flagelado antes de ser crucificado. Sabe aquela vez que você caiu de bicicleta e ralou o joelho? Ou quando descobriu que estava sendo traído pela pessoa em que mais confiava no mundo? Ou ainda quando levou aquela surra por ter mentido para os seus pais sobre as notas no colégio? Não, peraí, isso foi comigo... enfim, imagine tudo isso multiplicado por aproximadamente 142857. Não, mais ainda. Pois então.

Depois temos o sábado santo, antigamente chamado Sábado de Aleluia, quando algumas pessoas têm o hábito de fazer um boneco de pano para representar Judas Iscariotes e surrá-lo até tê-lo feito em pedaços. Eu particularmente acho isso uma perda de tempo, levando em conta que o próprio Judas já fez o favor de se enforcar, sem que ninguém precisasse ter o trabalho de matá-lo por ele. Com ou sem Judas, porém, o sábado santo é um dia de silêncio e meditação. Jesus já morreu e foi sepultado na tarde anterior. Estamos em luto.

Finalmente, no domingo de Páscoa, o momento mais esperado... não, não é a hora de abrir os ovos de chocolate! Ou, pelo menos, não deveria ser. Estou falando daquela hora em que Maria Madalena vai até o túmulo do Mestre e o encontra vazio. Os anjos explicam que Jesus precisou dar uma saída, mas que não demora, e perguntam se ela quer deixar recado. Mas ela não tem tempo de deixar recado nenhum, porque nessa hora Jesus volta, vivinho da silva, e lhe pede para avisar aos discípulos o que aconteceu (inclusive, há quem diga que Jesus apareceu primeiro para uma mulher porque Ele queria que a notícia se espalhasse o mais rápido possível).

É nesse momento que todos se unem para louvar e cantar aleluias a Deus, pois se cumpriu a promessa que Ele tinha feito através dos profetas. É por isso que de todos os dias santos da Igreja, o tríduo pascal é o mais importante: nele se resumem todos os principais fundamentos da fé.

Portanto, se você é cristão, não deixe de participar das celebrações deste FDS em sua igreja. Claro que você poderá descansar, festar com a família, se empanturrar de chocolate... mas lembre-se de que primeiro vem a obrigação, depois a diversão!

E se você não é cristão... bem... em nome da Igreja, eu digo: não há de quê! ;D

Ah, antes de terminarmos, fiquem com uma música que eu fiz aqui de improviso:

Ele andou sobre o mar, e alimentou a multidão
Mas O condenaram à morte, Sexta-feira da Paixão
Só que no terceiro dia o mundo O viu ressuscitar!
Ah! Aleluia! Aleluiaaa!


(P. s.: eu nunca menti para os meus pais sobre minhas notas na escola. Bem, quando eu era pequeno eu mentia sobre ter feito a lição de casa, mas... isso é história pra outro post!)

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